A música como propaganda
A música sempre encantou a humanidade, tanto que conhecemos verdadeiros impérios formados às suas custas. Desde o lançamento do LP, em 1948, diversos músicos disputaram para ser o artista com os discos mais vendidos do mundo. Em 1983, o fenômeno Michael Jackson atingiu, com seu álbum Thriller, a incrível marca de 104 milhões de discos vendidos. Esse recorde perdura até hoje e, provavelmente, será um recorde eterno, visto que, nos anos 90, a indústria da música sofreria um enorme revés.
A indústria fonográfica não esperava por tamanhas mudanças em tão pouco tempo: o que era inovação e tecnologia rapidamente se transformaria em pirataria. Com a chegada dos CDs, MP3 e programas de compartilhamento de arquivos P2P, músicas de artistas de todo o mundo eram pirateadas quase que livremente, causando enormes prejuízos às gravadoras. Os mais velhos (mas não tão velhos) devem se lembrar da épica batalha encabeçada por grandes bandas, como o Metallica, contra o Napster.
Nos dias de hoje, em Fortaleza, acontece uma verdadeira revolução neste cenário. Enquanto grandes gravadoras tentam fechar o cerco contra a pirataria e cobrar caro por seus discos, as produtoras de bandas de forró correm pela contramão e utilizam a distribuição gratuitas de CDs de seus conjuntos como principal meio de propaganda. A estratégia é bem simples, limita-se em divulgar a banda através do que ela tem de melhor, ou seja, sua música. Isso faz com que as músicas do grupo se tornem conhecidas e incita a vontade do forrozeiro de prestigiar a verdadeira fonte de renda das produtoras: o show de forró.
Ronald Benevides, agente de uma das bandas mais conhecidas da cidade, o Forró Novo Balancear, conversou com O Estado sobre a estratégia adotada pelo mundo do forró na capital. “Através da distribuição de CD's é que vem o maior reforço para a Banda. Distribuímos em porta de shows, praias e demais locais de grande circulação de nosso público alvo. Além disso, contamos com o apoio da web 2.0, fazendo sorteios de ingressos em sites de relacionamento como o Orkut e Twitter.” Ronald nos explica ainda que o tempo médio do retorno dessa estratégia, entre a distribuição do CD e o aumento do número de público em shows, é sentido em dois meses e garante ser um número bem expressivo.
Vale ressaltar que o forró é um produto que atinge todas as classes sociais e esse “pirateamento planejado” causa uma democratização no estilo e uma valorização da cultura regional. Resta-nos agora saber até quando as grandes gravadoras tentarão brigar contra a pirataria. O forró já percebeu: se não pode vencê-la, junte-se a ela.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Musica como propaganda
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Nova Matéria do "O Estado"
De Platão às Embalagens
Certa vez, Platão escreveu sobre alguns homens que haviam nascido em uma caverna escura. Eles não podiam se mexer e tudo o que conseguiam enxergar eram sombras projetadas na parede ao fundo da gruta. Sem cores, nem formas, viam apenas sombras.
A partir do momento em que saímos do útero de nossas mães, passamos a explorar um mundo cheio de cores e formatos diferentes. Aos poucos, vamos nos adaptando a essa nova realidade e começamos a identificar cores e formatos, como o rosto de nossa genitora.
A cor nada mais é do que um raio de luz que nos atravessa os olhos e é reproduzido pelo cérebro como uma sensação visual colorida. O poder desse raio é tamanho que hoje existem muitos tipos de terapias baseadas no estudo das cores como, por exemplo, a cromoterapia. Além disso, a propaganda se utiliza deste recurso visual para atiçar determinadas sensações em seu público, e como modernos “homens de Platão”, estamos sujeitos a influências de cores, sombras, efeitos, brushs, dégradé e etc.
Modesto Farina, um dos maiores estudiosos dos efeitos das cores aplicados à comunicação, nos diz em seu livro “A Psicodinâmica das cores” que, ao visualizar uma cor, ela sempre vem acompanhada de uma reação de nosso subconsciente. Baseando-se nessa afirmação, toda peça publicitária, e principalmente as marcas, obedece um raciocínio lógico baseado nas sensações produzidas por cada espectro de cor, para assim alcançar o objetivo esperado.
Segundo o instituto de pesquisas Point of Purchase Advertising Institute (POPAI), o índice de decisão de compras no ponto de venda aqui no Brasil é de 85% e é considerado um dos maiores do mundo. A propaganda consegue atrair o consumidor até a loja, mas na hora da compra uma boa embalagem torna-se um fator de enorme importância, quer na cor, quer no design.
O design de um produto além de bonito deve ser prático, pois é a partir dele que o produto muitas vezes será manuseado. Cláudio Quinderé, conceituado designer de jóias e atual presidente da Associação Centro Ceará Design, nos diz que “um designer é, acima de tudo, um solucionador de problemas. Embora sua peça tenha de ser esteticamente bela, ele também deve encontrar soluções para que seu trabalho também resolva os problemas de seu produto”.
Infelizmente, não existe uma fórmula matemática para se descobrir as cores corretas ou o design mais adequado para uma embalagem. É preciso muito estudo, observação de tendências, tentativa, erros, acertos e muito, mas muito trabalho. Mesmo com todo esse esforço não nos tornamos falíveis a possíveis fracasso, mas posso garantir que as chances do sucesso aumentam de maneira extraordinária.
Falando em DesignOs amantes do Design tem encontro marcado no Campus do Pici da UFC, dos dias 8 a 12 de outubro, no R Design – Encontro Regional dos Estudantes de Design.
Em sua 7ª edição, o R Design é um evento itinerante que acontece anualmente em diferentes estados. Este ano, o Ceará recebe os estudantes da região Norte/Nordeste com o desafio de se aventurarem “Em busca da Rapadura Perdida”
Para maiores informações, acesse: www.rdesignce.com.br
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Matéria Publicada
Sei que estou em falta com o finalzinho do meu conto, prometo que um dia vou terminar. Mas enquanto isso, não poderia deixar de publicar uma matéria que escrevi e foi publicada no jornal O Estado, aqui do Ceará, no caderno O Estado de Ideias.
Marketing político: consumo de imagem e ideologia
De tempos em tempos ocorre um fenômeno no Brasil: pessoas vão às ruas uniformizadas, de caras pintadas e bandeiras à mão para fazer o maior barulho. Não estamos falando de Copa do Mundo, mas sim da campanha eleitoral.
Marketing Político nada mais é do que todos os recursos utilizados na troca de benefícios entre o candidato e os eleitores. Falando assim parece fácil, mas existem diversas maneiras de se realizar essa barganha. É preciso estratégia, mão de obra especializada e monitoramento.
A propaganda política deixou, há tempos, de ser a simples impressão de santinhos e aparições ao público com promessas vazias. Hoje, um bom marketing político é peça fundamental no processo eleitoral, pois é esse assessoramento que traçará cada passo que o candidato deverá seguir, ditando, inclusive, seu modo de vestir, falar, andar e até gesticular.
Os números também falam por si só quando o assunto é marketing político. Somente na campanha presidencial dos três principais candidatos, está previsto um gasto de mais de R$420 milhões até o último dia da corrida eleitoral. Quando falamos do Estado do Ceará e levamos em conta que, segundo o TSE, foram pedidos o registro de candidatura de 7 governadores, 10 senadores, 154 deputados federais e 603 deputados estaduais, podemos imaginar uma cifra astronômica e que não pode ser ignorada por um profissional que trabalha com comunicação.
Sobre este assunto, é impossível não citar o maior guru no Brasil, Duda Mendonça. Em seu livro “Casos & Coisas”, Duda nos dá valiosas dicas sobre como conduzir esse complicado processo.
Duda afirma que no Marketing Político “a forma como você fala, o jeito como você olha, podem ser muito mais convincentes do que o seu discurso”. Seus anos de experiência o fez perceber que uma simples reação autêntica, como um choro, um sorriso aberto, vale muito mais do que um discurso conceitual e cheio de números. O brasileiro é um povo emotivo, embora possa responder uma pesquisa racionalmente, na hora de votar, o faz com o coração.
A pesquisa eleitoral é uma importante ferramenta no monitoramento das informações e pode ser feita de duas maneiras. Na primeira, entrevistadores são lançados em diversos bairros de diferentes classes sociais onde, de porta em porta, entrevistam os eleitores e registram suas intenções de votos. Na outra, o entrevistador se fixa em local onde haja um grande movimento de pessoas e as aborda uma a uma. Com base nesse resultado o candidato deverá receber suas novas orientações de sua equipe e correr atrás de votos, principalmente dos indecisos.
Para conferir a matéria na íntegra, acesse http://www.oestadoce.com.br/?acao=noticias&subacao=ler_noticia&cadernoID=14¬iciaID=34517
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Causo Sertanejo - Cap IV
terça-feira, 4 de maio de 2010
Causo Sertanejo - Cap III
domingo, 25 de abril de 2010
Causo Sertanejo Cap. II
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Causo Sertanejo Cap. I
terça-feira, 20 de abril de 2010
Quem não rascunha manda o rascunho
Claro que não sou nenhum mongolóide ou antiquado ferrenho que briga contra os avanços da tecnologia. "Péra lá!" Simplesmente não gosto. Meus textos ora ficam incoerentes, ora reduntantes e, muitas vezes, repito palavras exaustivamente. Não rola! Preciso rascunhar sempre. Engraçado é que o texto finalizado nunca fica igual ao papel rabiscado. Sempre melhora.
Então, amigo redator, rascunhe, rabisque, apague, rasgue, cole e leia. Leia antes, durante e após a conclusão do texto. Lembre-se: quem não rascunha manda o rascunho.
Meu único problema é para entender a letra depois. A imagem do presente Post é exatamente o rascunho ao qual me refiro. Não disse que tem que ter letra bonita, disse?
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Pega essa Oswald de Sousa!
sábado, 17 de abril de 2010
Vendendo o carro
É impressionante como os compradores de concessionária são campeões em acabar com a sua autoestima e fazem você mudar de opinião. Conseguem achar batidas inexistentes, problemas na suspensão e barulhos estranhos em seu silencioso motor. Tudo para depreciar a imagem do seu adorado carrinho.
Isso sem falar que seu carro nunca está num bom momento de mercado. Se for Gol, o mercado só está comprando Pálio. Se for duas portas as pessoas só querem com quatro. Se for completo a galera só quer saber de básico e por aí vai. O seu carro lindo, companheiro de tantos momentos de alegria passa a ser visto por você como "aquela merda que está entulhando minha garagem."
O trauma causado por esses compradores é tanto que muitos donos de carro são obrigados a buscarem um acompanhamento psicológico e gastam uma fortuna com terapeutas e ainda outra em taxis, afinal de contas, quem tem coragem de dirigir a bomba que é aquele carro?
Mas podemos burlar esse sistema. Como? De maneira simples e sem gastar um centavo em terapia (e taxi). É só voltar disfarçado à concessionária que você deixou a porcaria do seu carro no dia seguinte. Sim, disfarçado! Coloque uma peruca, bigode postiço e um óculos Raiban (camisas brega dos anos 70 ajudam a compor o personagem) e peça para que lhe apresentem o seu possante. QUE CARRÃO! Você vai se espantar com as melhorias ocorridas em apenas uma noite que ele passa na loja.
São as leis do mercado. Na hora da venda a história é completamente diferente. A agressividade praticada por vendedores de carro é tanta que você compra um fusquinha jurando que saiu com um BMW. E pior. Pagando o preço do alemão. Já dizia meu amigo Anselmo: "Todo dia acordam o malandro e o otário. Um dia, fatalmente, vão se encontrar e fechar negócio. Sorte pra uns, pra outros...
E aí? Se interessou pelo meu Gol?
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Procurando emprego
Trabalhei pouco mais de um mês como vendedor, aliás, consultor de vendas, para planos empresariais da TIM. Nem preciso dizer que não me adaptei muito a este tipo de trabalho e acabei pulando fora.
A grande verdade é que o próprio vendedor tem um certo preconceito em ser chamado assim, por isso acabou se criando uma infinidade de outros nomes "eufemísticos", se me permitem assim batizar, para se autodenominarem. Pensando assim, os contratantes do Fast Job usam e abusam da criatividade.
Agente de vendas, consultor comercial, representante comercial, contato com clientes, promotor de vendas, assistente comercial, assessor de vendas, balconista, consultor de negócios são alguns dos exemplos que as criativas empresas utilizam para abrandar um nome simples: vendedor. Isso sem falar nos elegantes "especialistas de produto" e "executivo de vendas". Quem nunca quis ser um executivo na vida, hein?
A covardia na hora de contratar é tanta que cheguei a ver uma empresa contratando um vendedor (ou consultor, ou agente, ou representante...) para ganhar na faixa de R$600,00 e ainda davam preferência para quem tivesse veículo próprio e, pasmem, notebook. Haja financiamento. Haja crediário. Pior pro contratado.
Mas dias melhores virão. Mais alguns currículos foram enviados, novos contatos estabelecidos. A minha hora ainda vai chegar. Mas se o caro leitor puder dar uma mãozinha...
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Ficção X Realidade
Mas era um filme de Hollywood. Logo logo algum maluco mascarado entrará quebrando as janelas e salvará o dia."
Pode parecer infantilidade de minha parte, mas prefiro assistir a um bom filme a um noticiário. Eu sei. Eu sei. É importante que nos mantenhamos informados (principalmente os comunicólogos como eu) para podermos agir como conscientes formadores de opinião junto à sociedade. Mas eu gosto mais de filmes e ponto.
Se for um seriado do tipo Sitcom então, melhor ainda. Sou viciado, capaz de passar horas e horas na frente da TV e ficar rindo de todas as piadas que eu até já decorei. Pior para minha esposa na batalha conjugal da briga do controle remoto.
Mas deixando as locuras de lado, faço de tudo para me manter informado também, afinal de contas o globo.com ou o IG estão lá para isso, não é mesmo? E um publicitário tem de conhecer os dois lados, ficção e realidade.
PUTZ! Não é que soltaram o Arruda?!
Voltemos à ficcção!