quarta-feira, 25 de abril de 2012

A fina arte de falar Herrado



Há alguma semanas li uma coluna do músico (que agora descobri, escritor) Tony Bellotto. No texto, o guitarrista falava de língua portuguesa e sobre um ator afirmando em um programa de TV que “o fato de certas palavras serem faladas de uma determinada maneira – ainda que incorreta – por grande parte da população, confere a elas o status de genuínas e aceitáveis como uma forma não “errada”, mas “diferente” de se falar”  e citou o exemplo da palavra “pobrema”.

Falar “pobrema” já é um baita de um problema, mas achar certo já é demais. Tony se indigna com o absurdo de que hoje, se a pessoa não se adequa ao sistema a tendência é de que o sistema muda, e não o indivíduo. Inversão total de valores.

Em meu trabalho, a equipe da qual faço parte já entrou nesta onda e já está se adaptando a nova norma “culta” de se falar. Isso varia, agora é isso “vareia”. Xícara, virou “xirca”. Plural de pão é “pões”, de café, “cafezes”. Até a palavra “menos” ganhou um feminino: “menas”.O pior é que esta moda pega. De tanto brincar com estas palavras, algumas vezes nos pegamos falando errado na frente de pessoas de fora da equipe e isso passa uma péssima credibilidade.

Espero que esta ideia não seja inflamada e fique apenas no debate, senão, logo logo os colégios serão obrigados a nos ensinar o errado e nos forçarão a aprender palavras bizarras como “Carrdiquê” (Por causa do quê); “indolecente” (adolescente); presidenta... VIXI! A lavagem cerebral já começou!

Para conferir o texto citado de Tony Bellotto, clique aqui.


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cuidado com o profissional genérico



 Certa vez, passando por uma avenida, vi uma curiosa placa anunciando uma vaga de emprego

“Precisa-se de marceneiro.

Obs. Marceneiro não é batedor de prego.”

Aquilo me chamou atenção. O empregador tinha diversas formas de linguagem para dizer que o que ele queria era um profissional qualificado. Poderia exigir currículo, experiência comprovada, portfólio, exigir um exame, enfim, uma porção de maneiras mas decidiu a que mais se encaixaria para o seu público alvo: a simplicidade.

Após uma reflexão e decidi oferecer algumas vagas no mesmo estilo. Vai que esta moda pega né? Vamos aos exemplos:

Precisa-se de jornalista.
Obs. Jornalista não é blogueiro.

Precisa-se de designer.
OBS. Designer não é quem sabe mexer em Corel Draw

 Precisa-se de enfermeiro.
Obs. Enfermeiro não é quem fez um curso de primeiros socorros na autoescola.

Precisa-se de turismólogo.
Obs. Turismólogo não é quem gosta de viajar.

Precisa-se de músico.
Obs. Músico não é aquele carinha que só toca Renato Russo no violão, nas rodinhas do churrasco

Precisa-se de fotógrafo.
Obs. Fotógrafo não é uma pessoa que só tem a máquina fotográfica.

Precisa-se de Pediatra.
Obs. Pediatra não é médico dos pés.

Precisa-se de propagandista.
Obs. Propagandista não são pessoas formadas em publicidade.

Precisa-se de massagista.
Obs. Massagista não é puta.

Me desculpem as massagistas, peguei pesado com vocês. Mas que tem gente que confunde, disso eu não tenho dúvidas!

Por César Mengozzi


crédito da imagem: 
Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy503AoHehVV-iJjMTfDpyV5fCuvPTHzui5p0NLyxLuGbuz_9FJyjoF4osc19PvMhdzZP7kYJtbzN5WHrQZVXIeQFhxiC7J-fmx6qyRGJCf04rIqqz9REVA_1QPXu7LEwhyt3ge5YA5eM/s400/814141590238885%5B1%5D.jpg

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sexta feira 13? Problema nenhum!



(imagem:  http://www.brasilescola.com/upload/e/Sexta%2013%20-%20BRESCOLA.jpg)




Com a certeza de que escutaria apenas sobre a vitória do Fortaleza sobre o Náutico na Copa do Brasil ou ainda, a eliminação do Flamengo na Copa Libertadores nas rádios locais, decidi conectar meu smartphone na rádio CBN –SP (muito boa, diga-se de passagem) e escutar algumas noticias de minha terra natal a caminho do trabalho. Em uma das conversas entre os apresentadores foi levantado o seguinte assunto: hoje é sexta-feira 13!

- Sexta-feira 13? - disse um dos apresentadores – Problema nenhum! Só de ser sexta-feira tudo já se resolve.

Isso ficou em minha cabeça. Nem me lembrava que hoje era esse dia. Óbvio que me lembrava que era sexta-feira, mas esquecia completamente do número cabalístico. Mas por que começou esta tradição?

Escrevo às 7h40 da manhã e meu expediente começa às 8h, ou seja, não tenho muito tempo para uma pesquisa aprofundada. Claro que a primeira lembrança que me veio a cabeça foi o clássico thriller protagonizado por Jason e já teve milhares de sequencias. Ao pesquisar, não achei muitas coisas relevantes, apenas que a data é ligada a algumas superstições e bruxarias, embora ninguém saiba de onde venham estas lendas (como eu disse, não consegui me aprofundar por questão do tempo).

Mas o que mais me deixou intrigado nesta manhã foi um papo de elevador que ouvi. Naquele quase meio minuto de viagem vertical a pauta do calendário chegou, quando uma pessoa fala para outra:

- Hoje é sexta-feira 13! Tudo bem! É só não ver um gato preto na rua.

E não é que eu vi a porra de um gato preto hoje? Filhotinho, cabeçudinho e muito bonitinho. Mas era a porcaria de um bichano preto. Será um presságio? Se amanhã eu estiver por aqui, conto para vocês.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Click


Click. Fez mais uma vez a caneta ansiosa em deslizar pelo papel e transformar um emaranhado de ideias em frases e parágrafos. Mais dois clicks e sua ponta sobe e desce em um ato de inquietação. Um dedão incessante aciona seu botão mais três, quatro e outras tantas vezes sem que ela possa executar a função à qual ela foi destinada Chegam a aparecer alguns pensamentos na cabeça de seu operador, porém, ainda não bem definidos e a frustração desta poderosa ferramenta só aumenta. Há tempos ela tem sido deixada de lado, mas hoje não. Um último click. Inspiração!